Inclusa na fase dois do Plano São Paulo, a capital paulista pôde reabrir suas lojas e shoppings no dia 10 de junho, seguindo protocolos sanitários e restrições no período de atividade e no atendimento de clientes.
Para ajudar os comerciantes, a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) desenvolveu uma cartilha de orientações com recomendações para evitar sanções e deixar clientes e funcionários em segurança.
A reabertura não é generalizada pelo estado. Algumas cidades ainda não têm permissão do governo para liberar o comércio, outras, como Marília, Barretos, Ribeirão Preto e Presidente Prudente, estavam autorizadas, mas tiveram de recuar devido ao aumento nos casos de internações pela covid-19 em suas regiões.
Uma enquete realizada pelo Sebrae-SP durante a live “Retomada dos Shoppings e Comércio de Rua”, realizada na terça-feira (23/06), mostrou que menos da metade dos estabelecimentos (48%) está de portas abertas.
Independente da fase do Plano São Paulo no qual a cidade está inserida, o comerciante precisa ficar atento a alguns pontos importantes para quando as portas estiverem abertas. A seguir, os consultores Bernardo Ignarra, do Sebrae-SP, e Flávio Petry, do Sebrae Nacional, dão dicas para retomar os negócios dentro desse ‘novo normal’:
1 – FASE
Saiba em que fase sua cidade está, levando em consideração as medidas que o poder público adota por decreto vigente e cada peculiaridade que rege o funcionamento de cada região. Na dúvida, siga a regra mais rígida e detalhada, que segue os requisitos orientados por órgãos como OMS, Ministério da Saúde e Anvisa;
2 – PREPARO
Onde ainda a reabertura não foi autorizada, o lojista deve se preparar, estudando e fazendo pesquisas constantes para entender como tem sido a nova dinâmica em outros municípios. O ideal, porém, é implementar o que estiver oficialmente estabelecido na sua região para evitar sanções futuras;
3 – ATUALIZAÇÕES
As regras para shoppings ou lojas de rua são semelhantes quanto ao horário de funcionamento diário de quatro horas, para evitar aglomerações, e respeitando lotação de 20% da área total da loja. Mas é preciso ficar atento às atualizações semanais do governo do estado ao Plano São Paulo.
4 – COMUNICAÇÃO
Essencial para informar as mudanças. Vale desde placa de aviso na loja até comunicados nas redes sociais para que os consumidores tomem consciência das medidas adotadas pelo estabelecimento e vejam que está comprometido com as boas práticas de segurança e saúde.
5 – OBRIGATORIEDADE
Em Ribeirão Preto, uma loja flagrada com clientes ou funcionários sem máscara foi multada em R$ 550. Mesmo com regras variáveis por município, não permita que clientes nem funcionários fiquem sem máscara ou a use de forma irregular dentro da loja, pois sua empresa pode sofrer penalidades.
6 – EQUIPE
Além dos protocolos obrigatórios de higiene e do uso correto de máscaras, é importante reforçar a ‘etiqueta respiratória’, ou seja, como o funcionário deve se portar se houver necessidade de espirrar ou tossir. E devem ser estimulados a higienizar as mãos à vista do cliente, pois mostra que a empresa toma os devidos cuidados.
Também é importante reservar espaço para esse funcionário armazenar seus pertences de forma adequada, orientando para que carregue consigo o mínimo necessário para não facilitar um possível contágio.
7 – GRUPOS DE RISCO
Para funcionários do grupo de risco, ou os que não têm com quem deixar os filhos enquanto as aulas presenciais não voltar, é hora de reinventar suas atividades adaptadas ao teletrabalho com foco em vendas. Também é importante estabelecer critérios de produtividade como os da equipe física para que, mesmo remotamente, essa parte da equipe continue ajudando a alavancar a operação da loja.
8 – CAMPANHAS
Não é hora de eventos nem ações que estimulem aglomeração, e nem de oferecer serviços ou cortesias que prolonguem a permanência desse cliente dentro da loja. Se não deu para se preocupar com isso nos últimos meses, passou da hora de criar um canal digital com conteúdo de marketing voltado para vendas.
9 – ESTOQUES
Se possível, reserve uma área específica para recebimento de mercadorias, muito bem higienizada e sem trânsito de clientes. Também cobre seus fornecedores para que adotem as mesmas medidas de segurança. É importante fazer a higienização de embalagens antes de entrar no estoque.
Ainda não é o momento de abrir provadores para não aumentar formas de contágio, mas de higienizar peças com sanitizantes adequados – principalmente se a mercadoria for uma troca. Aliás, se trabalhar com itens como eletrônicos, por exemplo, use sanitizantes específicos para não danificar circuitos nem provocar perdas.
10 – POLÍTICA DE TROCAS
Se uma pessoa de mais de 60 anos fez a compra pouco antes da quarentena, precisou de um ajuste e não conseguiu efetuar a troca nos 7 dias de prazo, é preciso receber o cliente de braços abertos, avaliar as condições do produto, conversar e usar o bom senso (e a logística reversa) para criar valor junto a ele.
11 – TRANSFORMAÇÃO DIGITAL
Até o consumidor voltar a comprar como antes, é importante que o pequeno lojista busque canais alternativos para ser encontrado, como e-commerce, redes sociais, vitrines digitais e marketplaces. E no pós-crise, não abandone quem passou a comprar da sua loja pelo on-line: além de fidelização, é um canal a mais de vendas.
12 – PROMOÇÕES
Vale queimar estoque ou liquidar produtos de uma loja que ficou fechada três meses, ou entrar em uma guerra de preços com grandes varejistas? A resposta é não. A hora é de respirar, colocar tudo na ponta do lápis, de sensibilizar fornecedores para afetar o mínimo seu caixa. Entender estrutura de custos e verificar a viabilidade de crédito. E não esqueça: fazer um trabalho empático junto aos clientes agrega valor ao seu produto.
Fonte: Diário do Comércio