2020 foi um ano em ritmo “K”: Ao passo que algumas empresas frustraram suas expectativas de negócios, viram suas vendas caírem à níveis críticos ou até mesmo tiveram que encerrar suas atividades, outras tiveram um crescimento espantosos e souberam como poucas transformarem as adversidades em oportunidades de negócio.
Costumo dizer que é muito fácil encontrar justificativas para os fracassos ou nos espelharmos em pessoas e empresas que falharam da mesma maneira. É comum nessas horas termos respostas como: “mas o mercado todo está ruim”, “estão todos dessa maneira”, e outras que busquem justificar os erros encontrando cúmplices.
Um dos maiores erros do varejista é se apegar à maneira que sempre fez tudo à sua maneira. Novos tempos podem exigir novas formas de se encarar o negócio e a como o seu cliente consome ou compra de você. Basta uma simples análise das empresas que estão conseguindo conquistar mais mercado ou expandir seus negócios em meio à mesma tempestade que você está enfrentando, e perceberá que a resiliência e a coragem para tentar o novo foram fundamentais para a construção de resultados diferentes.
Separei nesse artigo 5 questões importante que vão continuar a balizar o mercado em 2021, mesmo como a iminência de uma vacinação. Em minha opinião, ainda teremos um mercado que pode crescer, mas que passará ao menos o primeiro semestre com contínuos riscos e fragilidades.
1) Olho na gestão e nos estoques
Pior do que enfrentar uma crise de consumo, é enfrentar uma crise de consumo aliada à uma crise de estoques, sobretudo de insumos que acabam afetando toda a cadeia de distribuição. Nunca ter à mão um controle inteligente da gestão do negócio e de seu estoque foi tão imprescindível para buscar operar de forma enxuta e eficiente, e com certeza, é algo que fará a diferença para as empresas que investiram nessas questões, entendendo melhor o que vende mais e o que poderia ser considerado supérfluo para a empresa e seus consumidores. Da mesma maneira, o controle da gestão permite que empresas operem medindo e buscando alta produtividade de vendas e operações. Em tempos de vendas em baixa, maximizar resultados é o novo mantra do negócio.
2) O digital é uma proteção ao negócio
Em tempos de pandemia, os meios digitais foram os grandes protagonistas na hora de se buscar resultados em meio as restrições e as operações físicas dos negócios. De redes sociais a marketplaces e plataformas de e-commerce, estar presente no digital foi vital para a manutenção e continuidade de receitas. Para quem não fez a lição de casa até o momento ou começou a buscar novos caminhos, ainda é tempo, e será cada vez mais essencial entrar nesse jogo, que se mostra uma proteção ao negócio. Muita gente descobriu na crise que ao invés de ponto de venda, tinha apenas “um” ponto de venda com o consumidor. Ter outros pontos de venda, ou contato, faz-se necessário em momentos como o que vivemos hoje.
3) A flexibilização veio para ficar
Home Office. A flexibilização dos escritórios, embora tenham um impacto direto em pouco mais de 10% da população economicamente ativa, afeta indiretamente uma série de outros negócios. Principalmente, aqueles que dependem de estarem próximos a regiões de escritórios ou comerciais, como negócios baseados em serviços e conveniência. Será um ano onde a flexibilização ainda será algo presente no dia a dia, e essas regiões ainda irão levar tempo até encontrar tráfego ou fluxos similares aos tempos pré-pandemia. Buscar outros canais ou maneiras de se vender ainda será importante em 2021. Em casos mais drásticos, pode até mesmo ser necessária uma completa reinvenção de seu negócio.
4) Conveniência é a bola da vez
Mais do que estar no digital, tenho dito que a questão mais importante é estar “disponível” ao seu consumidor. Delivery, Dark Kitchens , Dark Stores, Lockers, entre outros vão estar cada vez mais presentes no nosso dia de maneira que a gente possa cada vez mais comprar quando e como queremos comprar. Se a logística é a mãe da conveniência, o meio de pagamento é o pai. Quando se falam de meios de pagamento, incluem-se novos e mais simplificados meios de pagamento, talvez abolindo num futuro cada vez mais próximo o total desuso de cartões ou dinheiro em espécie, movimentados por transformações como o QR Code e o reconhecimento facial, apoiados por iniciativas como o Pix e o open banking.
5) Treinar e principalmente reter talentos é fundamental
Em meio à flexibilização de atividades, escritórios virtuais e a uma tímida e frágil retomada do cotidiano, é mais do que importante buscar reter o capital intelectual da empresa, centrado em seus colaboradores. No início da pandemia, empresas que tinham uma sólida cultura empresarial, ao colocar seus colaboradores trabalhando de forma remota, viram em um primeiro momento pouca dificuldade em manter esses valores de forma virtual. Com poucos ajustes, a cultura pode ser colocada nos trilhos. Porém, com a continuidade da pandemia e seus efeitos, e em consequência, desligamentos ou novas contratações, tem sido uma das grandes dificuldades para empresas de todos os portes e segmentos fazer com que novos colaboradores entendam, vivenciem e absorvam os valores e cultura das empresas. Na prática, para muitos, a troca de empresa tem sido a troca das pessoas com que se comunica e o conteúdo recebido na tela do computador, uma vez que o ambiente de trabalho continua a ser a própria casa do colaborador. Dessa forma, além de treinar, buscar reter os melhores talentos, ou os melhores defensores da cultura da empresa é importante para que ela não se perca de alguma forma.
Mesmo com muitas das perspectivas “em aberto”, 2021 pode ser um ano de grandes resultados para todos que souberem aproveitar os aprendizados de 2020, transformando estes em oportunidades.
Grande abraço e boas vendas
Fonte: Administradores