Há uma grande quantidade de gestores de entidades dos 2º e 3º setores que, apesar de terem uma escrituração contábil, não recebem balancetes mensais e os balanços anuais são entregues apenas em Março ou Abril. E ainda, sem compreender as informações, se restringem a assinar e guardá-los para atender ao pedido de terceiros, como um gerente de banco, uma licitação, um doador ou para o imposto de renda.
Um colega contador alegou ter equipe menor e ganhar mais porque atende apenas empresas de lucro presumido que “não precisariam de balanço”, e justificou que não adianta fazer porque não entendem!
O balanço patrimonial, a demonstração de resultados, e as demais peças contábeis são como uma fotografia da empresa, ou seja, mostram sua situação econômica e financeira, por isso que órgãos reguladores e de fiscalização as exigem, como CVM, BACEN, MP, SUSEP, PREVI, ANS e outros.
Em 50 anos de atividades já nos deparamos com situações como essas:
– o diretor, diante do nosso “parecer”, citando que as demonstrações não representavam a real situação econômica e financeira da entidade porque utilizam o regime de caixa, e não o de competência. Alegou desconhecer e espantado pelo fato do contador e o gerente declararem utilizar o regime de competência.
– o diretor informou que enviava ao contador notas fiscais emitidas, notas fiscais de compras e o extrato bancário, mas não enviava os controles do que tinha “a receber” ou “a pagar”. Desta forma, o contador contabilizava as notas fiscais enviadas como “recebidas e pagas” na conta caixa, o que resultava em um saldo altíssimo em caixa, que não existia.
– e situações em que não constavam no balanço mesas, cadeiras, móveis e computadores com a alegação de serem sobras de projetos que foram doadas.
É importante que os gestores tenham entendimento do balanço da empresa e não apenas aquele apresentado no final do ano. Deve exigir de seu contador balancetes mensais explicativos (com entregas estimadas até o dia 20 do mês seguinte) para analisar a situação econômica e financeira da entidade. Caso contrário, é indicado contratar um profissional para analisar e explicar tais informações.
Fonte: Maria da Conceição – BINAH AUDITORES