As empresas tiveram que enviar um relatório de transparência salarial nesta sexta-feira (8). No entanto, o tema ainda tem gerado dúvidas entre empregadores e empregados.
Uma das principais discussões em torno dessa lei gira em torno da premissa de que ela prevê salários idênticos entre homens e mulheres que desempenham as mesmas funções.
No entanto, o objetivo principal da norma não é necessariamente nivelar os salários de forma absoluta, mas sim eliminar discrepâncias injustificadas.
Ou seja, o equilíbrio ou equiparação não quer dizer que os salários ou rendimentos devem ser exatamente iguais, pois podem haver exceções.
O que justifica a diferença salarial?
Variáveis como tempo de empresa, desempenho e habilidades devem ser consideradas na análise de diferenças salariais.
Tempo de empresa: o tempo de serviço em uma empresa pode ser um fator relevante na determinação do salário de um funcionário. Geralmente, quanto mais tempo um colaborador permanece na empresa, mais experiência e conhecimento acumula sobre os processos, cultura organizacional e expertise específica da companhia. Assim, é razoável que colaboradores com mais tempo de empresa recebam salários mais altos, refletindo seu valor para a organização ao longo do tempo.
Desempenho: o desempenho individual é uma das variáveis mais importantes na determinação do salário de um funcionário. Colaboradores que apresentam um desempenho excepcional, que superam metas e contribuem significativamente para os resultados da empresa, muitas vezes são recompensados com salários mais altos, seja por meio de aumentos salariais, bônus ou outras formas de reconhecimento financeiro. Nesse sentido, é justo que haja diferenças salariais entre funcionários com desempenhos distintos.
Habilidades: as habilidades e competências de um colaborador também podem influenciar seu salário. Profissionais com habilidades técnicas específicas, qualificações avançadas, ou expertise em áreas de alta demanda no mercado podem receber salários mais altos em comparação com aqueles que possuem um conjunto de habilidades mais básicas ou generalistas. A escassez de profissionais qualificados em determinadas áreas pode aumentar o valor de mercado dessas habilidades, justificando diferenças salariais entre funcionários com diferentes conjuntos de habilidades.
Políticas de igualdade salarial
Por outro lado, é crucial que as empresas compreendam a importância da lei e adotem práticas para se adequarem às suas diretrizes. Para promover uma cultura de igualdade salarial, é fundamental:
* Realizar análises periódicas de remuneração para identificar disparidades injustificadas entre gêneros;
* Implementar políticas claras e transparentes de remuneração, considerando critérios objetivos como desempenho, habilidades e experiência;
* Promover a diversidade e inclusão em todos os níveis organizacionais, garantindo oportunidades iguais de crescimento e desenvolvimento para homens e mulheres;
* Capacitar gestores e profissionais de recursos humanos para identificar e combater preconceitos inconscientes que possam influenciar as decisões salariais;
* Monitorar continuamente os indicadores de igualdade salarial e realizar ajustes conforme necessário para garantir a equidade a longo prazo.
Transparência salarial
Em suma, a nova Lei da Igualdade Salarial representa um passo significativo na direção da justiça e igualdade de gênero no ambiente de trabalho.
Cabe às empresas não apenas cumprir suas exigências legais, mas também adotar uma abordagem proativa na promoção da equidade salarial, contribuindo assim para uma sociedade mais justa e inclusiva.
Fonte: Contábeis1